'Sentimos como se fosse um terremoto', diz brasileira em Beirute

Por Sérgio Ferreira 04/08/2020 - 17:14 hs

Por Sérgio Ferrira

Brasileiros que moram no Líbano contam o que sentiram durante o momento da explosão na região portuária de Beirute nesta terça-feira (4).

Rosaly Bouassi disse em entrevista à Globonews que pensou estar no meio de um terremoto e que o impacto da explosão balançou o prédio e quebrou o vidro das janelas.

"O meu bairro não é tão perto, mas sentimos aqui como se fosse um terremoto. O prédio balançou, os vidros quebraram, as cadeiras da sala de jantar ficaram cada uma para um lado. Foi muito forte, terrível."

Mesmo morando na região do centro da cidade, não muito próxima do porto, a força do impacto fez Rosaly pensar que tivesse acontecido na rua de sua casa. "Tudo em volta começou a quebrar, tudo caia. Não foi muito rápido, durou um pouco. Foi assustador.", disse.

Ela também ressaltou a solidariedade das pessoas durante um momento difícil que o país atravessa, com instabilidade política, crise econômica e insatisfação com o governo.

"Cada um está tentando ajudar aos outros. Os danos são terríveis, tudo muito lamentável e muito triste. As pessoas esqueceram da Covid neste momento".


Pensei que a guerra estava recomeçando'

Gilmara Souza estava trabalhando em casa quando sentiu um tremor muito forte. Ao verificar se a filha estava bem, aconteceu a primeira explosão. "A rua toda estava com os vidros quebrados, estilhaços por toda rua. Foram duas explosões, uma seguida da outra", disse.

"Senti um medo muito grande, senti que a guerra recomeçou aqui"

Brasileira que mora em Beirute diz: ‘Achei que a guerra estava recomeçando’

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Sem saber o que estava acontecendo

Há 3 anos no Líbano, a brasileira Liamara Vincentim contou ao G1 que passava pela portaria do prédio em que mora no bairro Ramlet El Baida, a cerca de 7 km do local da explosão, quando sentiu um forte tremor.

"Senti um tremor na terra, como se fosse um terremoto, e de repente uma explosão muito forte que chegou a quebrar os vidros da portaria".

"Ficou eu e o porteiro sem saber o que estava acontecendo, foi meio assustador", acrescenta. Depois os vizinhos começaram a sair e gritar na janela, e nesse momento ela viu a fumaça e percebeu que era uma explosão longe dali.

O governo libanês contabiliza ao menos 25 mortos após a explosão. Em entrevista a uma rede de televisão, o ministro da Saúde do Líbano, Hamad Hasan, disse que há cerca de 2,5 mil feridos. Inicialmente, o governo havia falado em 30 mortes e 3 mil feridos.

O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, disse em um pronunciamento que o país enfrenta uma catástrofe e declarou luto oficial de um dia. Ele disse também que o governo irá investigar os responsáveis pelo armazém que funcionava no porto da capital desde 2014.

Ainda não é possível saber com exatidão a quantidade de feridos ou qual seria a causa da explosão. Apesar de o país já ter sido alvo de terroristas e viver período de instabilidade política, não há evidência ainda de que se trate de um atentado terrorista.

G1