Por Visual News Noticias
O
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizou nesta quarta-feira
(8/5) a intenção de tornar o Brasil um aliado extra-Otan (Organização do
Tratado do Atlântico Norte), o que, na prática, elevaria o status da parceria
entre os dois países.
Em sua mensagem ao Congresso
americano, o líder republicano afirmou que a medida se dá em reconhecimento aos
"recentes compromissos do governo do Brasil de aumentar a cooperação em
defesa com os Estados Unidos" e "ao nosso próprio interesse nacional
em aprofundar nossa coordenação de defesa com o Brasil".
A legislação americana estabelece que
um comunicado desse tipo deve ser feito ao Congresso 30 dias antes da
designação formal por parte do presidente dos EUA.
Ao se tornar um grande aliado
extra-Otan, o Brasil poderia ter acesso a vantagens como assistência militar,
transferência de tecnologia e participação em projetos de pesquisa e
desenvolvimento de defesa.
O novo status, porém, não significaria, por exemplo, um compromisso de
segurança mútua, com ocorre com os países-membros. A Otan considera que o
ataque a um dos integrantes significa um ataque a todos.
Diversos países já obtiveram esse
status, a exemplo de Argentina, Egito e Japão.
Em entrevista à BBC em 2018, o
diplomata americano Thomas Shannon afirmou que "o lado importante de se
alinhar com os países da Otan é que esta é provavelmente o principal arranjo
coletivo de segurança no mundo e liga algumas das forças armadas mais capazes e
inovadoras do mundo".
Principal aliança militar do planeta,
a Otan foi criada em 1949 como um contraponto à expansão da influência
político-militar da União Soviética.
Os EUA também reforçaram nesta
quarta-feira o apoio do país à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Em mensagem postada no Twitter,
Kimberly Breier, funcionária do alto escalão da Secretaria de Estado dos EUA,
afirmou que os "EUA apoiam a iniciativa do Brasil de se tornar membro
pleno da OCDE" e defendeu mudanças estruturais no país para se alinhar aos
padrões da organização, como reformas econômicas e sistemas regulatórios.
O comunicado surge no dia seguinte a
uma reunião da OCDE, na qual os EUA não deu apoio à entrada de novos membros.
Hoje, além do Brasil, cinco países
aguardam uma decisão sobre pedidos de adesão à OCDE: Argentina, Peru, Croácia,
Bulgária e Romênia. O Brasil foi o último a solicitar o ingresso.
Segundo reportagem do jornal Valor
Econômico, o corpo diplomático brasileiro esperava uma sinalização positiva dos
EUA ao pleito do Brasil, mas os EUA mantiveram o impasse sobre a ampliação da
OCDE, argumentando que isso deveria ocorrer em meio a sua modernização. Não
foram dados detalhes, porém, do que seriam essas mudanças.
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