A voz dos campeões: Heróis do título sobre o Sport relembram final de 2001
Em contato com o CORREIO, jogadores contaram histórias da decisão daquele ano
Em contato com o CORREIO, jogadores contaram histórias da decisão daquele ano
Várias histórias e a mesma lembrança em comum. A Fonte Nova lotada e o apoio da torcida dentro e fora do estádio foram citadas por quase todos os jogadores que estiveram na final da Copa do Nordeste de 2001, em que o Bahia ficou com o título após vencer o Sport por 3x1.
Nesta quarta-feira (23), às 21h45, 16 anos depois, os times estarão frente a frente decidindo o mesmo torneio novamente. Enquanto aguardamos novas histórias, relembramos alguns momentos daquela final, contados pelos próprios personagens em contato com o CORREIO.
O Bahia de Evaristo de Macedo foi a campo com Emerson, Japinha, Jean Elias, Carlinhos e Jefferson; Bebeto Campos, Preto, Luis Carlos Capixaba (Mantena) e Alex Oliveira; Robgol (Washington) e Nonato (Fábio Costa). Preto e Nonato, duas vezes, marcaram os gols do tricolor e Leomar, por sua vez, descontou para o Sport.
Antes da bola rolar, uma multidão esperava o time na Fonte Nova. “Lembro da minha esposa que foi para o jogo, deu 70 mil, começou a balançar a Fonte Nova. Ela ficou com medo daquilo”, lembra Jean Elias. “A Fonte Nova estava lotada, tinha 65 mil dentro e o curioso, tinha 20 mil fora. Quando a gente chegou que viu aquela multidão... Aquilo foi um combustível a mais que a gente entrasse e conquistasse aquele título inédito”, disse com orgulho Alex Oliveira, ex-meia tricolor que guarda muito carinho do clube.
“Não só carinho, como respeito e gratidão. Nosso grupo desse ano (2001) está no livro do Bahia, sendo contado por um título baiano, a Copa do Nordeste e, depois de 88, a Série A desse grupo foi a melhor. Não dá para descrever classificarmos entre os oito, sair pro São Caetano jogando o que jogamos e voltar e ser recebido por mil pessoas no aeroporto. Isso não tem preço”, completou Oliveira, atualmente treinador de futebol e sem clube.
Parceiro de Alex na criação das jogadas, Capixaba contou o que impulsionou a equipe para o título. “Rapaz, aquele título foi muito difícil, pois começamos mal o campeonato. Depois da goleada de 4x1 sobre o Vitória (9ª rodada), o time começou a ganhar tudo. Ganhamos oito seguidas”.
De volta ao Espírito Santo, onde mora atualmente, Capixaba guarda boas lembranças, principalmente do povo baiano. “Antes eu era coadjuvante. Depois do Bahia, comecei a ser jogador de verdade. Foi a primeira equipe grande que peguei. O povo baiano é diferente, a torcida do Bahia é diferente. Indescritível”.
O setor ainda tinha Bebeto Campos e Preto. O segundo foi autor do primeiro gol da partida, um golaço, que ele conta ter até repetido quando atuou em Portugal. “Acertei na minha estreia em Portugal. Fiz um gol parecido, no Vitória de Guimarães, contra o Braga. A final do Nordestão foi um dos dias mais inesquecíveis da minha vida, principalmente, pelo fato do meu pai estar presente. Eu saí de casa com 15 anos e nunca mais voltei. Mas eu sabia o quanto era o sonho dele ter o filho jogador”, contou.
A dupla de ataque, formada por Robgol e Nonato, também foi decisiva naquele torneio. Para o primeiro, um jogo que determinou a arrancada do time na competição foi diante do Vitória, ainda na primeira fase. “Time muito bom. Lembro que o Nonato tava começando a entrar na equipe, casamos muito bem juntos. No nosso primeiro clássico, vencemos por 4x1. Era o primeiro dia em que jogamos juntos”.
Nonato, autor de dois gols na decisão, lembra que perdeu boas chances antes de balançar as redes. “Eu já tinha tido duas oportunidades. Uma eu chutei devagar e outra eu chutei e o Zetti defendeu com o pé. Na terceira, cruzamento do Preto e eu fiz de cabeça. Depois veio o terceiro gol, lembro bem, pela lateral. Vim pelo meio, tabelei com o Washington e marquei. Foi meu melhor momento ali”.
Preleção de Evaristo
Apesar de não ter sido titular na final, Mantena era um dos jogadores importantes daquele elenco. Ele entrou na partida no lugar de Capixaba e guarda na memória a preleção de Evaristo.
“Rapaz, e a preleção do Evaristo? Ele disse que o treinador do Sport não era o Levir Culpi, era o Levir-Vice, que ele era vice direto naquela época...”, contou aos risos, depois de lembrar da festa do título. “Ficou marcado pelo jogo em si e pela torcida. Lembro que terminou o jogo e a torcida não saiu da Fonte Nova. Ficou sem sair ninguém, aquilo ficou marcado. Aquela coisa foi muito forte”. Quem sabe a cena não se repete amanhã.
O que os jogadores lembram da final de 2001:
Emerson: "Fonte Nova lotada, um clima de muito otimismo, jogão de bola. Nosso time jogou bem, mereceu vencer, foi superior"
Jean Elias: "Lembro da minha esposa que foi pro jogo. Deu 70 mil pessoas, começou a balançar a Fonte Nova e ela ficou com medo daquilo"
Mantena: "E a preleção do Evaristo? Ele disse que o treinador do Sport era o Levir-Vice, que ele era vice direto naquela época..."
Bebeto Campos: "A gente tinha um time excelente, que jogava pra frente e, graças a Deus, a gente conseguiu o título da Copa do Nordeste, que foi muito importante"
Preto: "Foi um dos dias mais inesquecíveis da minha vida. Principalmente, pelo fato do meu pai estar presente. Eu saí de casa com 15 anos e nunca mais voltei"
Capixaba: "Depois da goleada de 4x1 sobre o Vitória, o time começou a ganhar tudo. Ganhamos oito partidas seguidas até a final"
Alex Oliveira: "A Fonte Nova estava lotada, tinha 65 mil dentro e, o curioso, tinha 20 mil fora. Aquilo foi um combustível a mais para a gente"
Robgol: "Já fazem 16 anos, né? Foi muito importante chegar no Bahia e ser campeão do Nordeste e Baiano também logo no primeiro ano"
Nonato: "Já tinha tido duas oportunidades, uma eu chutei devagar e outra o Zetti defendeu com o pé. Na terceira, cruzamento do Preto e eu fiz de cabeça"
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