Por: Sérgio Ferreira
O PT da Bahia tem dado sinais de que a eleição do ex-presidente Lula ficou em segundo plano neste segundo turno. Enquanto tenta evitar o voto 'LulaNeto', como tem sido chamado no estado o movimento daqueles que pretendem votar em Lula (PT) para presidente e em ACM Neto (União Brasil) para governador, o partido permite que seus aliados deem apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O PT baiano foi à Justiça Eleitoral na tentativa de barrar o 'LulaNeto'. Na ação, a legenda pede a apreensão de material de campanha em que apoiadores pedem voto para Lula e Neto por considerar a prática como “nítido caso de fake News”. Além disso, a cúpula do PT no estado tem recorrido também à Justiça para tentar barrar que políticos locais disseminem imagens de apoio a Lula e ACM Neto.
É o caso, por exemplo, do vereador de Salvador Marcelo Maia (PMN), que fez uma publicação em suas redes sociais pedindo voto para o ex-presidente e o ex-prefeito da capital baiana. O PT, então, foi à Justiça para pedir a remoção do material, o que foi classificado por ele como tentativa de censura. O mesmo aconteceu com a primeira-dama de Candeias, Soraia Cabral (PP), que foi candidata a deputada estadual. “A coligação do PT entrou com uma ação contra mim tentando me tirar o direito de expor o meu apoio político e o meu o voto”, protestou ela.
Ao mesmo tempo, o partido deu aval para que seus aliados pedissem voto para o presidente Jair Bolsonaro no segundo turno. É o caso do PSC no estado, cujo presidente, Heber Santana, decidiu deixar a base de ACM Neto e migrar para o grupo governista na Bahia e apoiar o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues. Partido ligado a igrejas evangélicas, a ala do PSC que seguiu para a aliança com o PT tem feito abertamente campanha para Jerônimo e Bolsonaro, inclusive com imagens disseminadas nas redes sociais dos candidatos a governador e presidente.
A situação contrasta com a postura do próprio ex-presidente, que, em seus discursos, tem evitado tensionamentos e ataques a ACM Neto justamente por temer a perda de votos de eleitores do ex-prefeito de Salvador. Mas, pelo menos aparentemente, o PT baiano está mais preocupado em se manter no poder do que com a eleição do principal líder do partido.
Correio da Bahia
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