Marina diz que segurança não é só questão de polícia e critica omissão federal nas fronteiras

Marina está no Acre para cumprir agenda política

Por Sérgio Ferreira 17/07/2018 - 06:58 hs

A ex-senadora acreana e pré-candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, afirmou que o problema da segurança pública no país não se resolve apenas com o uso das forças policiais, e criticou a omissão dos governos brasileiros em sua política de proteção das áreas de fronteira.

Marina está no Acre para cumprir agenda política, como o lançamento das candidaturas majoritárias da Rede em sua terra natal. Para o governo o partido lançou o nome da vereadora de Tarauacá Janaína Furtado. Ao Senado foi oficializada a candidatura do ex-reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac) Minoru Kimpara.

“É fundamental que a questão da segurança não seja só uma caso de polícia, é também um caso de justiça, de justiça econômica, de justiça social, de justiça cultural, de igualdade de oportunidades. Sem isso nós vamos ficar enxugando gelo”, disse.

Redação 24horas

Por Visual News Noticias

Para Marina, políticas voltadas para a valorização dos jovens são essenciais para reduzir os índices de violência. Segundo ela, o Brasil tem perdido sua juventude para o tráfico de drogas e de armas. Ela defendeu ações voltadas para inserir os jovens no mercado de trabalho e oferecer formação técnica na idade apropriada.

A presidenciável ainda defendeu uma forte ação do governo federal em auxílio aos Estados nas ações de combate à violência. Na análise da ex-senadora, um dos principais problemas nesta área é o que classificou como omissão histórica dos governos federais de assumir uma política nacional de segurança.

“Nós temos uma situação de violência em vários Estados da nossa Federação, o Acre está entre um dos Estados mais violentos. E aqui tem uma explicação: é uma área de fronteiras, não é apenas uma fronteira, e um problema que foi o descaso dos sucessivos governos federais, desde a época do por Itamar [Franco], passando por Fernando Henrique Cardoso, pelos governos do PT, os governos Dilma-Temer. O governo federal nunca quis nacionalizar o problema da segurança pública”, disse ela.

A candidata defendeu a implementação de um plano nacional para o setor que integre as polícias, com o uso da inteligência e a valorização simbólica e econômica dos policiais.

Marina afirmou que por conta da não participação de Brasília nas políticas de segurança, Estados que antes tinham contornado a situação da violência, como Pernambuco, estão voltando a perecer com a criminalidade.

“Hoje nós temos uma realidade em que o Rio de Janeiro não é o Estado mais violento. No Norte e no Nordeste, em várias regiões do país, nós estamos ficando numa situação de quase descontrole.”

Questionada sobre a responsabilidade dos governos estaduais na atual crise da segurança, a presidenciável disse ser injusto “dizer que governos frágeis, sozinhos, eles têm condições de dar conta disso”.