TRÊS MANEIRAS DE ENSINAR RESILIÊNCIA ÀS CRIANÇAS

Por Sérgio Ferreira 18/05/2017 - 21:47 hs

Os otimistas e os pessimistas morrem exatamente da mesma maneira, mas vivem vidas muito diferentes”. Esse pensamento de Shimon Peres, Nobel da Paz e ex-Presidente de Israel, se relaciona com a elasticidade ou resiliência. Na física, o conceito corresponde à propriedade que alguns materiais possuem de se modelar sem quebrar e, depois, voltar à forma original. No caso das pessoas, resiliência é a capacidade de enfrentar situações adversas que podem nos levar ao limite, superando-as com equilíbrio e saindo delas até mais fortes. A resiliência é uma atitude que pode ser desenvolvida ao longo da vida. Aprendemos na prática, cada vez que passamos por desafios e fracassos e decidimos seguir em frente. As primeiras lições, claro, podem ser dadas na infância. Cena da vida real: andando de bicicleta, duas crianças se chocam e caem. Os pais da primeira, que chora alto, correm para levantá-la, colocam-na de pé, seguram no colo. Os pais da segunda criança, enquanto isso, ao perceber que nenhuma delas se feriu, esperam que o filho se levante. Ele sacode a poeira, levanta a bicicleta e tenta outra vez. Pode não ser fácil se conter, mas é fato: a reação dos pais que socorreram o filho antes que ele tivesse tempo de reagir por si mesmo acaba sendo, no longo prazo, prejudicial. O mesmo pode ser dito das famílias que fazem o dever de casa no lugar do aluno, que reclamam do professor exigente demais ou que fazem todas as vontades das crianças. Formam meninos e meninas mimadas e dependentes de atenção. Muitas vezes, o resultado é um adulto acomodado, menos esforçado e que entra em crise diante do primeiro problema. Existem várias formas de estimular a criança a desenvolver a resiliência. Aqui estão algumas:

1. COM ATITUDES - Não satisfazer todas as vontades. Mesmo que cuidem do bem-estar da criança, os pais precisam incentivá-la a resolver sozinha alguns desafios. Isso aumenta a sua autoconfiança. - Não manter os filhos superprotegidos, como numa bolha. É claro que devemos protegê-los dos perigos, mas aprende-se ao experimentar, errar e começar de novo. - Não dê respostas prontas. Em vez de explicar direto todos os “porquês”, mais vale instigar os filhos a pesquisar e demonstrar que eles são capazes de descobrir as próprias soluções. - Estimular a perseverança. Aprender esportes ou um instrumento musical, por exemplo, nos mostra que só evoluímos com prática, dedicação, disciplina e superação dos próprios limites. - Animar as crianças a estabelecer metas: uma nota mais alta na escola, um quarto mais arrumado, mais livros lidos por ano, fazer parte do time da escola, e assim por diante.

2. COM FRASES: - “Não vamos deixar que esse problema estrague nosso dia”; - “Isso parece muito difícil agora, mas você tem capacidade para fazê-lo”; - “O que você aprendeu disso para que não aconteça na próxima vez?”; - “Como podemos resolver isso juntos?”; - “Um dia vamos rir disso tudo”. Note que a resiliência exige até mesmo certo humor, saber rir de si mesmo e não se levar sempre tão a sério.

3. COM MÚSICAS: Várias letras de músicas conhecidas falam, com outras palavras, da atitude de resiliência. Vale ouvir alguma delas com os filhos e fazer a interpretação das mensagens. Por exemplo, a canção “Tente outra vez” (Raul Seixas / Paulo Coelho / Marcelo Motta). Veja um trecho: “Veja Não diga que a canção está perdida Tenha fé em Deus, tenha fé na vida Tente outra vez Beba Pois a água viva ainda está na fonte Você tem dois pés para cruzar a ponte Nada acabou (...) Tente E não diga que a vitória está perdida Se é de batalhas que se vive a vida Tente outra vez.”